Nú ao luar

Cavei, esqueci-me de mim,
caí na vala de meu sustento,
refúgio de meus desamores.
Recanto gélido da perdida esperança.

Despi-me ao som da melancolia noturna,
do furtivo voo dos morcegos,
do sinistro coro das corujas.

Ah, é como lutei contra a investida dos ratos!
Como praguejei, chorei, mas por fim me rendi ao infortúnio.
Ao lugar comum de infelizes poetas.
Ao derradeiro desastre de ser devorados por ratos,
num lúgubre banho de lua.

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