Via expressa


Fila do pão, sussurro, assobio. E ele pedala, contempla o vôo das gaivotas, o azul e o branco a mesclar-se no céu. Púrpura emoção, pintura em tela nunca caberás em palavras... E avança, vigia o trânsito, ao lado da via expressa o cemitério... Lar frio e abstrato dos que outrora traziam alento. Goodbye, irmão! Freio nas mãos... Agora não! Mas, em breve, breve, quando não mais agüentar! Balança a cabeça, pedala e segue... Mas, sabe já não possui o mesmo vigor nas pernas... E no futuro? Então... Mais uma vez atenção, melhor voltar, é preciso trabalhar! Ainda assim pedala, mais a frente lamenta a cena, loucura e abandono nas palavras da velha senhora. Rechonchuda, suja, rosto crivado de rugas... Mas, está feliz! Abandono, loucura, felicidade? Peraí, há um cachorro a frente!Ela está só a brincar, chamá-lo! Um baque, espanto... Nascia ali uma nova concepção! E o ciclista que pensava na morte envergonhou-se... Melhor continuar!?

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