Trombetas
Após tanta tempestade mais este furacão.
Por que não te apressas e me leva?
Logo eu que só queria ninar meu anjinho.
Tijolo por tijolo ver crescer a casa.
Ter tardes serenas, roda de amigos, riso frouxo e violão.
Contudo, ingrata, quis a vida apunhalar-me pelas costas.
Pai, por que não se apressas e me leva?
Que serventia tem este que nunca semeou o trigo?
Ah, poeta quem me dera fossem teus versos um sinal da alvorada!
Mas, sabes tu que teu grito é sem eco,
Tens a conta de meus erros e dos dias da minha desgraça.
Quantas tempestades a por vir?
Não sei, por enquanto, lido eu com os tremores da carne. Medo, medo...
Velho amigo, és sempre tu a tocar as trombetas!
Quem virá? O que virá? Virá a tempo?
Pai, por que não te apressas e me salva?
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