Corredor dos anos


No estreito corredor dos anos,
brilha uma fraca luz, luz sem foco.
Corredor longo que não liga a nada,
nenhuma sala, nem quarto ou banheiro.

Corredor que nos faz tropeçar,
e seguir em fila, em romaria.
Com fé demais ou fé de menos.
Nele tudo é tão branco que cega.

Corredor confuso, com aroma de éter.
Corredor tristonho, corredor de hospital.
Estranho corredor, nem lembra o lá de casa.

Corredor de lágrimas, festas e sonhos.
Sem pedir a gente entra e quase sempre sai sem pressa.
Será que no final tem filme? Biografia, vergonha?


Dormirei.

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