Algoz.



Eu, anjo torto, que nasceu da ausência.
Que ódio tenho destes santos mimados.
Tratantes, loucos, abortos de paz!

Maldito daquele que implora por seus mimos,
seus abraços sem braços, seus beijos sem língua...
Seus milagres de confete!

Que ódio tenho de tua dança, tanha barganha,
Remorso sem pranto, quantas lágrimas de atriz.
Quantas horas vendidas? Não sei, não sei...
Conte os trocados.

Eu, anjo torto, nascido sem pátria, sem festas!
Que angústia que sinto, transpiro, embriagado?
Eu, criança de colo, a encher-te de oferendas...

Eu, anjo torto, sem asas.
À espera de um milagre qualquer!
Ludibriado pelos aromas do sexo...
Pelo brilho tosco do teu coraçao maquiado.

Vitíma, santa?
Que asco!

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