Caneta do poeta



Sou o lúgubre lodo, pelos cantos,
habitante de praças e calçadas.
Urina, catarro secando ao sol,
esquecidos, espantando os casais.

Sou o verme, parasita dos corpos,
germinando sementes, adubando as árvores.
No divino destino do milagre da vida.
Sou enfim, de tudo o pó.

Caminhando nas solas,
nos sapatos baratos
dos transeuntes do centro.

Sou uma busca cansada,
sedenta por respostas.
Presa na caneta do poeta.

Comentários

Postagens mais visitadas